Quando surgiu a nova aliança da oposição em Angola, o Presidente João Lourenço considerou legítima a iniciativa para derrotar o MPLA nas eleições. Mas o partido governamental começa a dar sinais de nervosismo.
No ano passado, o Presidente angolano João Lourenço disse que os partidos políticos tinham o direito de buscar os seus "amigos e vizinhos" para tirar o Movimento Popular da Libertação de Angola (MPLA) do poder.
A primeira declaração pública tripartida, apresentada à imprensa no início de 2021 por Marcial Dachala, porta-voz da União para a Independência Total de Angola (UNITA), deixou claro que a iniciativa unia os líderes Adalberto Costa Júnior, presidente da UNITA, Justino Pinto de Andrade, então líder do Bloco Democrático, e Abel Epalanga Chivukuvuku, do PRA-JA Servir Angola com o objetivo comum de impedir uma nova vitória eleitoral do MPLA em 2022.
Mas a noção de uma frente para conjugar esforços no sentido de uma alternância no poder parece estar a começar a preocupar o MPLA.
O MPLA desvaloriza a aliança
Na semana passada, um comunicado do partido governamental afirmava que a "propalada Frente não apresenta nenhuma proposta de Programa de governação alternativa à do MPLA" e que "não tem qualquer visão de futuro para o país".
Afinal, há quem tenha medo dos "amigos e vizinhos" da oposição angolana?
"A união destas três personalidades claramente que cria instabilidade, cria insegurança ao MPLA", responde o ativista Luís Paulo, coordenador do Projeto Diálogos na Comunidade.
O MPLA sempre disse que "são milhões e contra milhões ninguém combate". Mas, acrescenta Paulo, a situação em Angola mudou.
"Hoje combate-se os milhões, porque os milhões de que o MPLA falava não são os milhões de angolanos. Os milhões serviram para partidarizar o Estado e criar medo nas pessoas."
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